Como Proteger sua Moto de Roubos e Furtos
Uma cena que marcou o Salão Duas Rodas 2015: um homem pintado de palhaço parado frente à entrada principal do Anhembi, sob um calor de mais de 40 graus que acometeu a cidade nos dias de realização do evento. Ele reivindicava uma nova moto: a sua havia sido roubada pouco tempo depois de ser adquirida mediante a longas prestações. Esta triste realidade é um problema frequente e cada vez menos circunscrito aos grandes centros urbanos. Enquanto aguarda-de uma solução das autoridade em aumentar a segurança nas ruas, seguem dez simples conselhos que podem dificultar o trabalho dos ladrões.
1) Trava
Por mais que tentem os projetistas, ainda não nasceu uma trava de guidão que resista a um ladrão habilidoso. Assim, a regra básica é complicar a vida do malandro, associando pelo menos mais uma trava à original. No mercado existem infinitos dispositivos criados para proteger motos estacionadas cá e lá. Escolha algo prático, rápido e fácil de colocar ou tirar. Como veremos mais adiante, isso é fundamental para fins de segurança poder chegar à sua moto e sair com ela no menor espaço de tempo possível.
2) Local
Deixar sua moto estacionada na rua será praticamente inevitável em algum momento, e assim não seja preguiçoso, coloque suas pernas e cérebro para funcionar. Ruas desertas são um convite para bandidos, a noite então… Escolha um lugar onde haja algum movimento nem que isso te obrigue a andar um pouco mais para chegar onde você quer ir. Estacione de preferência diante dos olhos de alguém (comércio, portaria de prédio…), o que não garante muita coisa pois a cara de pau é uma “qualidade” típica de ladrões. Mas evidentemente quanto mais olhos houver por perto, menos à vontade estará o bandido.
3) Garagem
Sua garagem é segura? Uhmm… Talvez sim, talvez não. O principio básico é deixar sua moto invisível a olhos que não o seu. Morando em um condomínio isso é bem mais fácil, pois sua moto estacionada estará à vista apenas de seus vizinhos. Mesmo assim, como seguro morreu de velho (e com sua moto) mesmo na garagem nunca deixe de travar a moto. Para os que moram em uma casa, a dica é tentar deixar a moto longe da vista de quem passa pela rua. A coisa complica em casas com garagem de portão vazado, tipo grade. Nesse caso, cubra sua moto: melhor um volume coberto (que parece uma moto) do que uma moto aparecendo de fato.
4) Horário
Você usa sua moto para quê? Ir e vir do trabalho, lazer ou ambos? Seja como for, é claro que à noite a possibilidade de ser assaltado ou furtado aumenta. Quanto mais tarde, menos gente na rua, menos olhos, menos testemunhas… mais descarados serão os ladrões. Assim, evite ao máximo rodar por lugares ermos em horários nos quais sua mãe gostaria que você estivesse na cama dormindo. Caso seja inevitável rodar tarde da noite, siga a regra do próximo item.
5) Alerta
Regra básica de todo o motociclista é “100% concentrado 100% do tempo”. Isso vale tanto para os aspectos de pilotagem em si quanto a segurança. Circular na madrugada em lugar deserto e ainda por cima distraído, vacilão, equivale “pedir para dançar”. Não é preciso exagerar na velocidade, bastando ficar atento e andar despachado, e não no estilo “procurando endereço”. Isso ajuda a evitar que alguém mal intencionado vá atrás de você e tome sua moto na marra. Já quanto ao furto, é importante que o procedimento de parar e travar sua moto, assim como o de destravá-la e sair sejam rápidos. Subir na moto e ficar afivelando o capacete em câmara lenta numa rua escura? Melhor não…
6) Retrovisor
O que vem por trás? Dois em uma moto? Ai, ai, ai… Quem roda de moto nas grandes cidades brasileiras deve, por força das circunstâncias de nosso trânsito, ser um grande fã do espelho retrovisor. Exagerando – mas não muito – pelo menos 20 ou 30% do tempo em que se roda de moto em uma cidade movimentada deve ser dedicado a observar o que vem por trás. E nesse panorama, dois sujeitos em uma moto fazem sempre soar o alerta.
O mais difundido estilo de roubo de motos é a abordagem na qual o garupa aponta uma arma e manda a vítima parar, assume o guidão e pergunta “cadê o alarme?. Enquanto isso o comparsa fica te vigiando, para ver se sua moto não vai ser bloqueada por um dispositivo eletrônico algumas centenas de metros adiante. É a pior das situações, não há o que fazer – a não ser esperar que tudo acabe logo, sem violência. A única maneira de minimizar o risco de uma situação destas acontecer é, portanto, usar o retrovisor e tentar antecipar os movimentos, como entrar em um estacionamento, parar em um posto de combustível…
7) Rota
Apesar de a linha reta ser a menor distância entre o ponto A e o ponto B, e quanto menos se roda, menor é o consumo global e o tempo gasto no transporte, em nome da segurança vale deixar de lado esses postulados. Fazer exatamente o mesmo caminho todos os dias é facilitar demais a vida da bandidagem, que vai poder analisar com riqueza de detalhes qual o melhor lugar e momento para dar o bote. Assim, busque variar o percurso, seja imprevisível em seus roteiros. Ladrões não gostam de novidades nem de surpresas.
8) Fim de semana
Assim como você, o ladrão quer se divertir quando chega o fim de semana. Diferente de você, ele não para de “trabalhar”. Azar seu. Desse modo, apesar de ser chato constatar isso, o melhor momento para você curtir sua moto pode se transformar também no melhor momento para o ladrão tirar sua moto de você. Como se precaver? Usando todas as receitas acima e mais uma: andar em grupo. Ainda não há notícia de bandos de ladrões atacando, como no velho oeste. Desta maneira, organize passeios com seus amigos, tomem conta uns dos outros: muitos olhos enxergam mais que poucos olhos.
9) Transparente
Conselho difícil esse, o de ser transparente. Você e sua moto terão chances bem maiores de continuarem juntos se não chamarem muito a atenção. Capacetes de alto valor, vestimenta “top” de cores chamativas, escapes estilo “vozeirão”… muitos gostam disso tudo, inclusive os ladrões. Ser discreto na escolha dos trajes pode ajudar, assim como escolher uma moto que não seja muito…
10) …Visada!
Ah, a moto “visada”. Rios de saliva e tinta se gastaram para falar e escrever sobre as motocicletas que, por razões óbvias ou nem tanto, se tornam as favoritas da bandidagem. No passado, a moto favorita dos criminosos era a Honda CG, fácil de roubar, fácil de vender, inteira ou desmontada. Com o tempo surgiram outras “favoritas”, como a Yamaha XT 600 sobre a qual se dizia ser visada por conta das qualidades como veículo ideal para praticar crimes. A naked Honda Hornet (e sua irmã CB 1000R) foi – e ainda é – um verdadeiro objeto do desejo da marginalidade, assim como no passado as superesportivas eram alvo por causa da demanda por carenagens e componentes de carroceria danificados em tombinhos bobos, mas cujo custo elevado fazia (e ainda faz) muitos deixarem escrúpulos de lado e adquirir tais peças usadas sem questionar a procedência.
Houve um tempo, nem tão distante assim, que marcas como BMW e Harley-Davidson eram tidas como à prova de furto e roubo, simplesmente porque os ladrões não queriam saber delas. Hoje, lamentavelmente, quase não há marca ou modelo que não tenha um criminoso disposto a levá-las. Tempos difíceis…
Enfim, qual o segredo para voltar com sua moto para casa? Não é apenas um, mas sim o conjunto das atitudes acima elencadas que, é claro, devem ser acompanhadas de um enorme pensamento positivo, da figuinha, do patuá, da fita do Nosso Senhor do Bonfim e todos os amuletos que você puder e quiser usar. E sobretudo de uma tremenda boa sorte.
Fonte: Informações da Assessoria Laquila e do G1.